O “Helgas e Hagares” tem apenas três meses de criação e já conquistou o posto de campeão entre os cursos paranaenses de Engenharia
Reportagem Fernanda Tieme Iwaya
O “Helgas e Hagares” e os “Vikings do C7” foram os campeões em seus
respectivos desafios de cheerleading e bateria (Foto: Divulgação)
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O cheerleading, ou “animação de torcida”, que mescla música, dança,
ginástica e stunning – elevação das
atletas - foi por muito tempo coadjuvante de outros esportes, mas começou a
receber mais espaço, competições
específicas. A equipe de cheerleading Helgas
e Hagares, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), foi campeã do Desafio
de Cheerleading do qual participaram no Engenharíadas Paranaense 2014, no
início de maio. O evento consiste em um campeonato entre os cursos de
engenharia de universidades paranaenses, dividido em jogos de diferentes
modalidades, e ocorreu entre os dias 1 e 4 de maio em Guarapuava. O Helgas e Hagares faz parte do C7 –
conselho do Setor Tecnológico, que envolve os cursos das engenharias e
arquitetura e urbanismo – e é o primeiro da modalidade dentro da Universidade.
A equipe leva o nome do casal
viking da tira de quadrinhos norte-americana Hagar, O Horrível - para ter uma ligação com a mascote do C7, que
também é um viking. A criação do Helgas e
Hagares foi ideia da atual coordenadora Marina Jordana Linck, que teve
contato com o cheerleading em um intercâmbio na Alemanha em 2009. Há aproximadamente
dois anos, a estudante sugeriu a criação de uma equipe da modalidade para
acompanhar a bateria do C7, motivada pela experiência recente na Europa, mas a
ideia não foi bem aceita. “Quando descobri que esse ano o Engenharíadas ia
abrir espaço para um desafio de cheerleaders, eu fiquei muito empolgada e
comecei a conversar em fevereiro com as meninas para formar uma equipe”,
explica. No primeiro treino havia apenas seis interessadas e o pouco tempo
para a competição despertou receio, pois estavam a apenas dois meses do evento.
Segundo Marina Linck, não se imaginava que a equipe pudesse ser tão grande como
é agora, com 18 meninas e cinco meninos, não obrigatoriamente dos cursos de
Engenharia. Segundo a estudante de engenharia civil e coreógrafa do Helgas e Hagares, Camilla Helena Munhoz,
de 20 anos, a participação dos meninos foi primordial para a realização de uma
performance mais bonita e segura – eles ajudaram na base das pirâmides. “Nós
fomos informados que eles precisam participar dos saltos também, mas como somos
novos no ramo não tivemos problemas”, explica.
O Desafio de Cheerleading teve a
participação de cinco equipes das universidades estaduais de Londrina (UEL) e Maringá (UEM), além da UFPR, e consistiu numa
competição de apresentação de sequências.
Segundo Karen Sanches, estudante de engenharia civil e cheerleader do Helgas e Hagares, o comportamento das
demais equipes enquanto as apresentações eram realizadas foi dos melhores. “O
desafio foi muito legal porque teve respeito entre as equipes, até com aplausos
no final”, conta a cheerleader de 20 anos.
A banca dos jurados era formada
por especialistas na área, com dois membros da UBC – União Brasileira de
Cheerleading, que oferece suporte às novas equipes – e uma professora de
ginástica rítmica e dança. A coreógrafa Camilla Munhoz, que foi uma das
primeiras a participar da equipe, explica que o júri elogiou
muito os participantes pelo ótimo nível de preparo e performances. “Foi muito
emocionante ver todos se divertindo durante a apresentação. Perceber o esforço
de pessoas que nunca haviam participado de algo parecido antes foi
indescritível”, diz a coreógrafa.
O troféu está exposto no centro acadêmico de Engenharia (Foto: Fernanda
Tieme Iwaya)
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A preparação foi feita em
conjunto pelas próprias integrantes, que compartilharam os conhecimentos em
comum e ideias para ajudar a estruturar e coreografar, assim como nas decisões
de músicas e do modelo de uniforme – que teve o valor dividido entre o C7 e os
integrantes da equipe. As meninas apostaram em montar uma estrutura de
pirâmides e coreografia mais simples para que todos conseguissem realizar da
mesma forma e ser algo bem feito, pois muitas não tinham passado por nenhuma
experiência parecida e ficaria difícil aprender algo muito incrementado. “Eu
expliquei pra elas que precisávamos estar craques nos ensaios, porque com o
nervosismo erraríamos o mínimo na hora da competição”, conta Camilla Munhoz.
“Como estavam todos muito empolgados e
conscientes de que deveríamos fazer tudo certo e bonito, a colaboração foi
muito boa durante os treinos”, diz Marina Linck sobre os treinos semanais que
se transformaram em diários na última semana antes do Engenharíadas. Para a
cheerleader e estudante de engenharia civil Ana Julia Monteiro, os problemas
mais pontuais surgiam quando alguém faltava aos treinos ou opinava em momentos
inapropriados, mas nada que causasse desistências. Muitos já estudavam juntos
ou se conheciam de vista, o que facilitou o bom relacionamento de todos como
uma equipe. O recrutamento foi feito no boca
a boca, e mesmo a maioria sendo de Engenharia Civil ou Mecânica, qualquer
estudante da universidade é livre para fazer parte do time. “Nós não fazemos e
nem vamos fazer testes, não queremos impor nada, o único pré-requisito é o
empenho em querer participar”, revela Camilla Munhoz. A coordenadora Linck
explica que restringir vagas para determinados físicos, talentos e cursos é
tirar a chance dos alunos poderem participar de algo novo e interessante, que é
o que a equipe proporciona.
A equipe antes era apenas Helgas, acrescentaram Hagares depois para
representar os meninos, que foram essenciais na boa performance (Foto:
Divulgação)
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Depois da participação no
Engenharíadas, o Helgas e Hagares continua
a treinar e recrutar interessados, e há a possibilidade de começarem a se
preparar para competir nas Nacionais de Cheerleading. Marina Linck conta que
estão estudando e pesquisando sobre isso, pois o grupo precisa se estabilizar antes de decretar uma decisão séria como essa.
Com muitos integrantes saindo, recentemente 31 pessoas novas apareceram no
treino de experiência promovido pela equipe. “Foi muito inesperado e legal
participar de um grupo de cheerleading, mas antes eu estava com receio”, diz a
cheerleader Monteiro. Ela acredita que todos devem experimentar atividades
novas e diferentes, porque no final o resultado pode ser surpreendente.
Informações Gerais
Os treinos são realizados toda
terça e quinta-feira a partir das 19:30, no hall de entrada do prédio da
administração do Campus Politécnico.
O telefone da coordenadora da
equipe, Marina Jordana Linck, é (45) 9978-4294.
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